05/06/2010 Família do tráfico

ma intervenção policial, batizada de “Operação Achiles”, em que reuniu policiais civis da 8ª Coorpin sob o comando do delegado coordenador Marcus Vinicius, agentes da Delegacia de Narcóticos da equipe do delegado José Bezerra Junior, peritos da Polícia Técnica coordenados pelo perito criminal Manoel Garrido, policiais militares do 13º BPM no comando do tenente-coronel Antônio Barbosa Neto e agentes da CAEMA da equipe do major Braga, realizada em Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa, conseguiu apreender muitas armas e drogas, além no desmanche de várias armadilhas criminosas.
Os 37 policiais empregados na operação estavam munidos de mandados de prisão, expedidos pelo juiz substituto de Nova Viçosa, Argenildo Fernandes dos Santos. O intuito das equipes era prender dois homens considerados como os chefões do tráfico de drogas no distrito de Posto da Mata, um conhecido por “Mineirinho” e um outro apelidado por “Ceará”, que conseguiram fugir a tempo.

Primeiro os policiais estouraram uma casa de nº 46 na Rua São Miguel no bairro Cajueiro, onde prenderam José Ronei dos Santos da Silva, 31 anos, em poder de um Revólver Calibre 38, marca Taurus, cano longo, refrigerado, com 5 cartuchos intactos no tambor, além de ter sido achado com ele um cartucho calibre 28 deflagrado e 7 folhas de cheques preenchidas totalizando um valor de R$ 9.550,00. Ele acabou sendo conduzido para o Complexo Policial de Teixeira de Freitas, onde foi autuado em flagrante delito por porte ilegal de arma pelo delegado Willian Telles.
Na seqüência os policiais estouraram a casa do traficante “Ceará” na Rua das Mangueiras, no bairro Trevo, em Posto da Mata, onde foram apreendidas duas armas de fogo, dois canivetes, um punhal, uma machada, 7 pacotes de um pó branco, 9 pacotes de um outro pó amarelado, documentos de viciados em droga e duas balanças de precisão. Nas proximidades, na Rua Itamaraju, a polícia prendeu o pernambucano José Carlos da Silva, 28 anos, e seu cunhado, o alagoano José Roberto da Silva, 18 anos, em posse de uma garrucha chumbeira e 9 pedras de crack, que confessaram que compravam as drogas em mãos de “Ceará”.
A operação foi desenvolvida simultaneamente e na casa de Nivaldo Almeida de Souza, o “Mineirinho”, os policiais encontraram duas escopetas e dois revólveres 38 municiados, dois tabletes de maconha, 7 bombas de fabricação caseira e 14 coquetéis molotov, que segundo o perito criminal Marco Antônio, os artefatos caseiros eram granadas incendiárias, que uma vez lançadas teriam um grande poder de destruição, cujos objetos foram destruídos no mesmo local da apreensão com a ajuda dos agentes de operações especiais da CAEMA, para evitar transportar os materiais ilícitos em virtude do grande risco que poderia representar para as tropas.
O acusado “Mineirinho” teria fugido após a chegada da polícia, possivelmente por um túnel subterrâneo que parte de dentro da sua casa. Na residência a polícia encontrou três saídas de emergências, um túnel que parte debaixo da cama da suíte do casal e com saída num terreno vizinho, uma janela móvel nos fundos da casa que uma vez acionada por uma corda sai do local e apresenta um buraco como rota de fuga, além de um beco feito por duas paredes dentro da própria estrutura da casa medindo 80x2,90, que serve tanto como cativeiro, quanto para alguém fugir pelo telhado.
O perito criminal Marco Antônio Oliveira Lima, que presidiu os exames dos artefatos, armas e drogas apreendidas e também as vistorias dos locais onde a polícia idealizou a operação, destaca que, o que mais lhe chamou a atenção foi sem dúvidas, a fortaleza montada por Nivaldo Almeida de Souza, o “Mineirinho” em sua casa, às margens da Rodovia BR-418. Ele diz que pelo poder destrutivo e incendiário das bombas apreendidas na sua casa e armas de grosso calibre, inclusive de duas escopetas calibre 12 e revólveres 38, máscaras brucutus (tocas tipo ninja), apresentada ainda três saídas de emergências, fica evidente a força criminosa do acusado.
Acrescenta o perito criminal Marco Antônio, que a janela da casa que também servia de rota de fuga era um alçapão e o túnel era protegido por concreto medindo 76 centímetros de largura, capaz de formar uma grande armadilha por meio de uma casa que era uma verdadeira fortaleza e seu grupo estava preparado para qualquer embate de guerra, inclusive com poderosas bombas incendiárias (coquetéis molotov) de amplo poder de estrago, capaz de destruir um veículo ou uma residência diante da sua proporção.
Segundo o delegado coordenador Marcus Vinicius, “Mineirinho” dono da fortaleza estourada pela polícia em Posto da Mata, é o mesmo elemento que recentemente teve a sua casa alvejada de tiros por traficantes rivais e teria conseguido se vingar do mandante, dando-lhe vários tiros como troco, a ponto de denunciar no último dia 3 de fevereiro os seus algozes, culminando na prisão de João Carlos de Jesus Moreira, o “João Perninha” ou “João da Locadora”, 34 anos, e de Eduardo Neves Santos, 42 anos, armados com uma Pistola Automática Calibre 380, marca Taurus, de numeração 55871, municiada com 14 cartuchos intactos no pente.
A polícia prendeu a mulher do traficante, Marilene Pereira dos Santos, 37 anos, e o filho de “Mineirinho”, Erisvaldo Santos de Souza, 20 anos, que foi localizado escondido dentro de um túnel no interior do imóvel. Os quais foram autuados em flagrante delito por posse ilegal de armas e tráfico de drogas, pelo delegado José Bezerra Junior, da Delegacia Regional de Narcóticos. Quanto “Mineirinho”, ele já teve a sua prisão representada na justiça pela Polícia Civil.

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